Marcha da Liberdade Conquista
Liberdade de quê?
De morte à vivíssima boca vio.lentamente calada.
Não estou contra o silêncio, mas é por antecipado zelo, por gostar de nele estar que pretendo ir à marcha. Não quero que o mundo um dia venha a ser capaz do absurdo de condenar, e ele é se permitimos, também à morte da boca que queira calar. Eu não permito. Isso eu não permito (para isso foi inventado a opressão: para não permitir que ela exista, seu veneno é seu antídoto). Vou porque não quero ser oprimida e nem ser opressiva. Eis porque irei: a liberdade é difícil e não é pura.
A intenção não é de simplificá-la, ou sujá-la, é de conhecê-la. Quero encontrar com a minha liberdade e passear com ela, poder dizer-lhe meu nome e desdizer, perguntar onde mora, onde não queria morar, e se ela gosta de não querer também, se é ela que tem uma mão armada, um escudo de metralhadora contra palavras e se ela é livre para conviver com outras liberdades, as que não são minhas... E essas são muitas, e confesso: é dolorido aceitá-las, é difícil.
De morte à vivíssima boca vio.lentamente calada.
Não estou contra o silêncio, mas é por antecipado zelo, por gostar de nele estar que pretendo ir à marcha. Não quero que o mundo um dia venha a ser capaz do absurdo de condenar, e ele é se permitimos, também à morte da boca que queira calar. Eu não permito. Isso eu não permito (para isso foi inventado a opressão: para não permitir que ela exista, seu veneno é seu antídoto). Vou porque não quero ser oprimida e nem ser opressiva. Eis porque irei: a liberdade é difícil e não é pura.
A intenção não é de simplificá-la, ou sujá-la, é de conhecê-la. Quero encontrar com a minha liberdade e passear com ela, poder dizer-lhe meu nome e desdizer, perguntar onde mora, onde não queria morar, e se ela gosta de não querer também, se é ela que tem uma mão armada, um escudo de metralhadora contra palavras e se ela é livre para conviver com outras liberdades, as que não são minhas... E essas são muitas, e confesso: é dolorido aceitá-las, é difícil.
Liberdade de quê?
Para mim, não se trata de luta, já sabemos que essa tentativa é burra e ainda machuca. Como sabemos? “liminares, tiros, estilhaços, cacetadas, gases e prisões sem sentido”. Quem luta é o “inimigo”. Nós almejamos a cura, o respeito, o não-falso, o que seja assumir e o que for bem-vindo. A marcha que eu vou é pela harmonia das liberdades. É para que até o pesado seja livre, para ser leve.
Devem ser convocados:
Os inimigos, os amigos, a mãe, pai, filho, avós, cachorro, bicicleta, as cores, a música, a dança, câmera, olho, boca, corpo, folha, carne, moço, senhora, velho, bêbado, louco que pensa ser são, sábio que pensa ser louco, sábios, loucos, diretores, atores, professores, Dolores, doídos, adoentados, sarados, gostosos, esquisitos, caretas, decentes, padre, pastor, cartomante, astrólogo, cientista, materialista, sarcástico, palhaço, verdura, verdes, castanhos, lisos, encaracolados, pretos, sapatos grandes, galos sopranos, roucos, incompletos...
Aos-quem-querer.
Iracema Rosa, gente de verdade
(Daniela Lisboa - www.danielaesuajanela.blog
SERVIÇO:
Marcha da Liberdade
Dia 18.06.2011
Horário: 14:00h
Concentração: Bosque da Paquera
Organização: Procó Coletivo e Suíça Bahiana
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